Konbanwa minna-san.
Como vão?
Para o post de hoje eu trouxe um dilema que muitas pessoas que conheço sofrem.
Afinal. você compra mangás?
Eu sempre li muita coisa diversificada, ainda mais quando o primeiro computador com acesso à internet chegou em minha casa (eu tinha mais ou menos 10 anos de idade), pois aí eu poderia ler muito mais no PC. No entanto meu gosto por leitura foi se perdendo por conta da leitura obrigatória da escola, mas meu otou-sama (pai) e minha okaa-sama (mãe) sempre me incentivaram muito. Quando eles notaram que eu já não estava mais parando para ler eles começaram a me dar livros sobre coisas que eu gostava, principalmente sobre o Japão. A primeira sequência completa de livros que eu ganhei foi a série Xogum (sim, os livros).
Hatsuki-san, o que isso tem a ver com os mangás?
Eu respondo-lhe, para me incentivar ainda mais a gostar de leitura, meus pais me compravam mangá (minha primeira série completa em mangás foi Utena), então eu acabei pegando gosto, além de pela leitura, por ter aqueles itens em minha estante, a mágica de chegar em casa e ver que tinham novos mangás embaladinhos em cima da minha cama era incrível.
Até hoje para mim comprar livros e mangás é uma magia imensurável, poder remover o plástico e sentir o cheiro de mangá/livro novo é uma sensação magnânima. ^^
Mas aí eu fui me tornando "adulta" e fui começando a ver os preços dos mangás aqui na minha região (que raramente seguiam os preços sugeridos nas capas) e decidi que eu só os compraria quando tivesse o meu próprio okane (dinheiro).
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Minha querida prateleira, hoje já está atualizada e com bem mais itens
(meus DVDs também estão ali) |
Mas Hatsuki, você tinha internet, por que comprar mangás físicos?
Se você viveu tua infância até os anos 2000 você provavelmente entende o que era a internet discada. Se você viveu até os anos 2000, em uma cidade de interior então você entende o pavor que era fazer download ou carregar qualquer coisa que não fosse GIFF em uma internet discada.
Além dos fatores conflitantes que não dependiam de mim e sim dos provedores de "interweb", eu tinha um fator estressante a mais: eu usei óculos dos meus 3 anos de idade até meus 19 anos. Meu grau de miopia era altíssimo então minha visão cansava muito rápido no computador, e mesmo que eu ficasse por horas vendo anime, eu geralmente parava para descansar um pouco (dor de cabeça quando eu fiz 17 anos era constante, não saía do computador a não ser que outra pessoa precisasse usar). Assim eu peguei birra pra ler online.
O dilema se agrava ainda mais quando decidimos comprar o mangá hoje em dia. Se nos anos 90-2000 já era caro imagine hoje.
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Primeira saga que completei |
Por que estou trazendo este assunto para o blog?
Eu acho um assunto bem pertinente, ainda mais que fui recentemente para o Bairro da Liberdade em São Paulo e fiquei realmente indignada com várias coisas nas lojas que vendem artigos do mundo dos animes.
Para começo, eu quero deixar bem CLARO aqui que eu entendo as limitações que a legislação e o sistema brasileiro oferecem aos comerciantes, mas isso não justifica os preços elevados descomunalmente e o atendimento inadequado aos clientes. Um mangá distribuído por editoras brasileiras (não dá pra por a culpa na importação), com valor de capa R$10,90, variavam de R$20,00 a R$30,00. Se você pedia alguma informação para o atendente ele te respondia de maneira grosseira ou simplesmente não dava-lhe atenção devidamente. Eu já trabalhei no comércio e sei muito bem o que é passar o sábado inteiro atendendo pessoas de todos os tipos, das educadas até as mais estúpidas, mas não importa, cada pessoa é diferente, se um cliente chega com educação não tem porquê atende-lo mal. E isso não foi em uma ou duas lojas, foram em umas oito ou nove lojas que eu entrei. Eu comprei três mangás para mim, e na loja que eu os comprei tive que discutir com o atendente que queria cobrar-me 20,00 em um mangá sem etiqueta de preço e com valor de 10,90. Isso não é só inaceitável como também mancha as lojas físicas especializadas nesse segmento de mercado.
Conheço muitas pessoas que simplesmente preferem comprar pela internet do que ir à uma loja, que preferem muitas vezes nem sequer comprar, exatamente por causa desses fatores.
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Comprinhas recentes da "Liba" |
Hatsuki,você não está sendo muito exigente?
Na verdade não, eu como público-alvo deste setor sinto-me MUITO defasada na hora de comprar as minhas coisas, isso serve para tudo, roupas, action figures (esses, dependendo da qualidade, eu relevo os preços elevados), mangás e até os DVD's que muitas vezes NÃO SÃO originais. A qualidade está defasada, tanto no atendimento quanto nas mercadorias, os preços estão muitas vezes injustos e sem contar com a escassez de lojas realmente especializadas, com atendentes que entendam a diferença básica entre Sailor Moon e Sakura Card Captor.
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Segunda série que completei |
Hatsuki, você falou, falou, mas onde o dilema se encaixa?
Eu digo-lhe, o dilema não só existe por uma questão de gostar ou não de ter os volumes na estante, mas também por um déficit de mercado gritante. Na verdade este é só mais um desabafo meu com a situação do mercado brasileiro. no âmbito da cultura pop japonesa. O Brasil tem sim público e tem SIM capacidade para um bom atendimento deste público.
Dewa Mata. o/
E você, sofre desse dilema? Qual sua opinião a cerca do mercado de cultura pop japonesa no Brasil?
Comenta aqui. ^^