Para os nada fãs de histórias de terror, este post pode não agradar-lhes.
Sabe aquela mania que principalmente os adolescentes tem de contar histórias assombrosas e descabidas, apenas por diversão? Algumas pessoas levam isso um pouco a sério de mais.
Os japoneses tem uma gama enorme de histórias assombradas, e uma capacidade de recriá-las ainda melhor (ou pior, depende do ponto de vista). Eu amo assistir filmes de terror, já assisti o mesmo filme um milhão de vezes, e meu livro favorito é de longe uma aventura, mas, filmes de terror japoneses, eu SEMPRE fico com um pé (na verdade os dois, mais as minhas mãos) atrás na hora de assistir.
Duas boas dicas para ilustrar o que estou falando é o canal Aqui Pode do Hiro, com a série de vídeos: A vida no Japão - Coisas Cabulosas e na série de vídeos do Cauê Moura, Rolê no Japão, onde ele vai para uma casa dos horrores em um parque de diversões (link aqui).
Mas o que isso tudo tem a ver com a dica de hoje?
Bom, eu sempre quis assistir um bom anime de terror que fugisse do gore, porque dentro das obras do gênero, as que eu mais aprecio são aquelas que mexem com seu psicológico.
Eis que um dia vagando por essa vasta campina chamada internet, esbarrei por um acaso em um anime chamado SHIKI (os kanjis que compõem o nome da obra são: morte e demônio.), e pensei, por que não tentar mais esse? ^^
O anime se passa em uma vila pequena e tranquila
chamada Sotoba. Uma série de mortes misteriosas começa a se espalhar na aldeia,
após uma estranha família mudar-se para a mansão Kanemasa,
abandonada há anos.
Toshio Ozaki, diretor do hospital de Sotoba,
inicialmente suspeita de uma epidemia, mas as mortes continuam e as
investigações começam a ser insuficientes, fazendo-o suspeitar que algo
sobrenatural possa estar acontecendo.
Um jovem recém-chegado à vila, Yuuki Natsuno,
que odeia a vida pacífica e estagnada de Sotoba, começa a ser perseguido por
algo que ele julga impossível, e passa a ser cercado pela morte. Quando seu
melhor amigo acaba sendo vítima da “epidemia” ele passa a investigar o mistério
por traz das mortes.
Apesar de eu não ter achado que eles focaram no terror realmente, mas sim no suspense, o que ainda assim torna uma obra de "terror" bacana é que em alguns episódios o seu psicológico se abala de uma forma inexplicável, chegando a um ponto de você estar torcendo para que os personagens consigam resolver os problemas, apesar da inversão de perspectiva ser grande. Isso faz com que o anime se torne ainda mais interessante.
Os personagens são aprofundados aos poucos e no início o andamento da história se arrasta, mas chegando perto do fim, o ritmo fica frenético, é até um pouco difícil entender as falas.
O final me deixou um pouco decepcionada, não por ser ruim, mas sim por que eu queria uma continuação.
Ainda que mais psicológico o gore se faz pouco presente, mas o que mais impressiona é que ele é tão bem mesclado no enredo que fica sutil e difícil notar.
Shiki harmoniza perfeitamente com pipoca, refrigerante e uma barra de chocolate para adoçar a tragédia salpicada de medo e suspense.